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Criança rohingya no campo de refugiados em Ukhiya, Bangladesh Criança rohingya no campo de refugiados em Ukhiya, Bangladesh 

Necessários US$ 113 milhões para ajudar 720 mil crianças em Bangladesh

A chegada das chuvas das monções deverá agravar o quadro dos milhares de refugiados rohingya em Bangladesh, especialmente as crianças.

Cidade do Vaticano

Os esforços extraordinários do governo de Bangladesh, com o apoio de organizações humanitárias, conseguiu levar proteção e ajudas fundamentais às crianças e às famílias rohingya refugiadas no país, muitas das quais fugidas da morte.

Mas a crise continua. Nos meses passados, 500 rohingya chegaram semanalmente ao país, fugidos de Myanmar.

E para responder às necessidades de 720 mil crianças - quer rohingya como crianças de Bangladesh nas comunidades onde vivem - são necessários 113 milhões de dólares, estima o Unicef.

Um estudo recente mostra que cerca de 100 mil refugiados rohingya - dos quais 60% crianças -  estão expostos a riscos de inundações e deslizamentos com a chegada das chuvas das monções, e 220 mil pessoas correm o risco de novos deslocamentos, separação de suas famílias, e de contrair doenças.

Em 2017, no pico da epidemia de diarreia, foram registrados 10 mil casos a cada semana. Para este ano, as organizações humanitárias preparam-se para enfrentar 40.483 casos em três meses.

Com a chegada das chuvas, ficará mais difícil chegar até as crianças e suas famílias. Neste sentido, estão sendo construídos refúgios temporários de emergência para prevenir a separação das famílias e garantir a rápida reunificação, se necessário.

E os números das necessidades imediatas a serem atendidas, assustam pela dimensão. Diariamente, de fato, seriam necessários 17 milhões de litros de água limpa, assim como 50 mil banheiros. Mais de 200 mil crianças ainda não recebem qualquer tipo de educação.

O UNICEF é um dos organismos que está na linha de frente para atender às necessidades destas crianças. Já foram abertos 10 centros de saúde na área onde estão os refugiados e estão sendo construídos mais 9.

Junto a outros parceiros, já foi possível oferecer ajuda psicológica e acesso à educação - com aulas de inglês, birmanês e um pouco de matemática - a 82 mil crianças com idades entre 4 e 14 anos. Mas o objetivo é, até o final do ano, levar educação à 270 mil e apoio psicossocial a outras 350 mil.

Estas ações não resolvem o problema, mas são medidas que ajudam a prevenir doenças, abusos e a morte, em um ambiente hostil e repleto de riscos, e procuram dar uma pequena "aparente normalidade", um pouco de "infância" e esperança de um futuro aos pequenos.

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22 março 2018, 15:21