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Cristãos celebram o Natal em meio a medidas de segurança

Igreja na Ucrânia celebra primeiro Natal seguindo o Calendário Gregoriano. Em países europeus, alertas para possíveis atentados terroristas. No Paquistão, cristãos festejam o Natal em meio aos traumas das destruições e violências ocorridas em agosto.

Vatican News

Mesmo em meio às tantas preocupações e guerras que geram medo e insegurança, cristãos de várias partes do mundo participam da celebração do Natal..

Antes de presidir a Missa dominical na Catedral de São Patrício, na cidade de Nova York, o cardeal Timothy Dolan recordou aos fiéis que deveriam colocar em suas orações aquelas regiões do Oriente Médio devastadas pela guerra: “Ao anteciparmos o Natal, os nossos corações vão sempre para a Terra Santa”, disse ele, referindo-se a partes de Israel e aos territórios palestinianos. “A terra Santa está sob uma nuvem, a Terra Santa está sofrendo, a Terra Santa está cheia de violência, ódio e destruição. E isso entorpece e ameaça sufocar a alegria do Natal”.

Síria

 

Os cristãos na Síria reuniram-se num país que ainda sofre as consequências de uma longa guerra civil e de um bloqueio econômico sufocante. Apesar das luzes festivas e das decorações de Natal adornarem as casas e vitrines das lojas na capital, Damasco, os acontecimentos em Gaza e as batalhas em andamento em algumas partes do país influenciaram na atmosfera festiva. Em Yabroud, uma cidade ao norte de Damasco, os fiéis se reuniram na Catedral de São Constantino e Helena para desfrutar de canções de Natal cantadas pelo Joy Choir de Damasco. “Todos deveriam tentar, com o que o Senhor lhes deu, difundir alegria para ajudar a acabar com esta tristeza”, disse Fadi Homsi, membro do coro.

 

Precauções na Europa para evitar atentados

 

A Europa próspera e maioritariamente secular marca a festa em catedrais históricas e em mercados de férias bem iluminados, com um tom de tensão espalhado pela guerra em Gaza e por uma ainda mais perto de casa, na vizinha Ucrânia. Visitas apenas turísticas foram proibidas na catedral alemã de Colônia, e os fiéis da véspera de Natal enfrentaram controles de segurança para participar da Missa à meia-noite, enquanto a polícia respondia a indicações de um possível ataque. Mesmo assim, as autoridades instaram as pessoas a não fugirem das celebrações por medo.

O bispo auxiliar Rolf Steinhaeuser saudou as pessoas que participavam das celebrações com um sorriso e uma expressão de agradecimento pelos esforços de segurança da polícia, um dia depois de a polícia ter entrado na catedral para revistá-la com cães farejadores. Com várias dezenas de oficiais de plantão do lado de fora, ele disse que era “provavelmente o serviço religioso mais seguro de toda a Alemanha”.

 

Na Áustria, a polícia disse que também estava reforçando a segurança em torno das igrejas e dos mercados de Natal de Viena, aparentemente em resposta às mesmas informações sobre uma ameaça potencial. Não deram mais informações, mas a agência de notícias DPA informou, sem citar fonte, que a ameaça vinha de um grupo extremista islâmico.

A imponente Catedral de Colônia, cujas torres gêmeas se erguem a 157 metros (515 pés) de altura, é um importante destino turístico visitado por cerca de 6 milhões de pessoas por ano. É o lar do Santuário dos Três Reis, um caixão decorado com ouro e prata que supostamente contém as relíquias dos reis magos.

A comissária de assuntos internos da União Europeia, Ylva Johansson, alertou em 5 de dezembro que a Europa enfrenta um “enorme risco de ataques terroristas” durante as festividades de Natal devido às consequências da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. Johansson não forneceu detalhes sobre qualquer informação policial ou de segurança que pudesse ter levado à sua advertência.

Ucrânia festeja o Natal segundo o Calendário Gregoriano

 

A Ucrânia preparou-se para marcar oficialmente o Natal como feriado estadual em 25 de dezembro pela primeira vez, depois de mudar a data de acordo com os países da Europa Ocidental. O presidente Volodymyr Zelenskyy assinou a nova lei em julho, transferindo o feriado de 7 de janeiro para 25 de dezembro, ou seja, seguindo o Calendário Gregoriano ao invés do Calendário Juliano observado pela Igreja Ortodoxa Russa e também por uma das duas Igrejas Ortodoxas ucranianas, além de outras Igrejas Orientais.

 

Uma nota anexada à lei dizia que o seu objetivo era “abandonar a herança russa” e citava “o desejo de todos os ucranianos de viverem as suas vidas com as suas próprias tradições e feriados”. "As noites antes do Natal são as mais longas do ano. No entanto, o dia já começou a ficar mais longo e a luz começou a prevalecer. A luz fica mais forte. A escuridão acabará perdendo. O mal será derrotado", disse Zelenskyy em um vídeo divulgado no domingo, 24.

Paquistão

 

Na província oriental de Punjab, no Paquistão, cristãos cujas casas foram destruídas ou danificadas por uma multidão muçulmana em agosto, celebra, o Natal em um contexto de medo na cidade de Jaranwala. Os cristãos fugiram das suas casas para escapar aos agressores, regressando a cenas de destruição.

O residente de Jaranwala, Ratan Bhatti, disse que o Natal não será como costumava ser. “Todas as casas costumavam ser iluminadas, decoradas com estrelas”, disse ele. "As pessoas ainda estão com medo e tristeza. Nossa maior igreja foi queimada. É difícil esquecer aquele dia."

A violência foi um dos ataques mais destrutivos contra os cristãos na história do Paquistão e atraiu condenação nacional. A minoria, que está entre os mais pobres do Paquistão, enfrenta uma atmosfera cada vez mais intolerante na nação de maioria muçulmana, onde os grupos religiosos radicais e sectários se tornaram mais proeminentes. O sacerdote local Khalid Mukhtar disse que as pessoas em Jaranwala ainda não venceram o trauma. “Ainda não vimos o espírito tradicional do Natal. Estamos tentando motivar as pessoas a celebrar a festa com o fervor tradicional”. “Estamos determinados a celebrá-lo”, acrescentou Mukhtar.

*Com informações de Associates Press  

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25 dezembro 2023, 09:52