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Estudantes indianos em frente ao mapa do Estado de Manipur, no nordeste da Índia, durante uma marcha pela paz para expressar solidariedade ao povo do estado de Manipur, no nordeste atingido pela violência, em meio ao conflito contínuo entre dois grupos étnicos, Kukis e Meiteis, no Stella Maris College em Chennai, Índia, 30 de junho de 2023 Estudantes indianos em frente ao mapa do Estado de Manipur, no nordeste da Índia, durante uma marcha pela paz para expressar solidariedade ao povo do estado de Manipur, no nordeste atingido pela violência, em meio ao conflito contínuo entre dois grupos étnicos, Kukis e Meiteis, no Stella Maris College em Chennai, Índia, 30 de junho de 2023  (ANSA)

O apelo dos estudantes indianos: "Salvem Manipur!"

Dois meses após o início da violência, as comunidades de fiéis viveram em 2 de julho um dia especial de oração pelo povo sofrido de Manipur. Casas e vilarejos foram incendiados, saques e roubos continuam, locais de culto foram profanados e incendiados, e mais de 100 pessoas morreram.

Enquanto a atenção da mídia e da política parece não dar importância à situação social em Manipur, cenário de violência interétnica, os estudantes de várias escolas indianas espalhadas por todo o país lançaram um apelo que circula em manifestações públicas e nas redes sociais: "Salve Manipur!".

Entre as várias reuniões, nos últimos dias, alunos, professores e funcionários da “Sant’Alfonso Fusco's Higher Secondary School” ("Escola Secundária Superior de Santo ALfonso. Fusco", perto de Madurai, no Estado indiano de Tamil Nadu, convocaram uma vigília pública de oração para apoiar a população de Manipur e recordar as vítimas da violência. Por meio desse movimento de oração, os estudantes expressaram seus sentimentos e preocupações pelos muitos jovens que estão sofrendo, instando o governo da União a agir imediatamente para acabar com as revoltas e levar a paz a Manipur.

 

"Em Manipur um grande sofrimento abate-se sobre a população civil. Jovens e idosos foram mortos pela hostilidade entre grupos étnicos e religiosos. Há muitas pessoas sem abrigo e comida. Muitas crianças perderam os pais e muitos pais perderam os filhos", lê-se no apelo.

"A revolta em Manipur - continua o texto - é um conflito entre as tribos locais. Mais de 100 pessoas perderam a vida e mais de 1.000 ficaram feridas. É necessário se mobilizar pela paz. Estamos felizes em organizar um encontro de oração por esta causa. Rezemos para que os tumultos acabem ou o mais rápido possível".

A escola onde o movimento se reuniu, acolhendo também jovens de outras procedências, escolheu o lema "Salvemos a humanidade, valorizemos a vida humana". Fundado em 1988, é dedicado a Santo Alfonso Maria Fusco, fundador da Congregação das Irmãs de São João Batista, que administram o instituto.

Numerosos jovens também se reuniram no "Fórum Inter-religioso pela paz e harmonia" em Manipur, que organizou uma nova manifestação em Imphal, capital do estado, para pedir o fim da violência em curso e o início do diálogo entre duas etnias em conflito. Cerca de 500 pessoas pertencentes a diferentes tradições religiosas e comunidades étnicas participaram da manifestação realizada em 11 de julho para exigir o fim dos confrontos entre as etnias Meitei e Kuki. Cinco parlamentares de Kerala e Tamil Nadu também se juntaram à manifestação para expressar sua solidariedade com as iniciativas inter-religiosas.

Deben Bachaspatimayum, coordenador do Fórum, que inclui representantes hindus, cristãos, budistas, muçulmanos e cultos tradicionais, afirmou que "pessoas de todas as idades e gêneros que participaram da manifestação. São cidadãos indianos que estão preocupados com o que está acontecendo, que levam seus valores fundamentais de humanidade em diferentes religiões e comunidades”. E acrescentou “Choramos juntos as mortes causadas pela violência; oferecemos orações de cura para as vítimas e expressamos solidariedade com os deslocados; nos unimos como cidadãos que pedem cessar-fogo e diálogo”.

Cristãos de várias denominações também se reuniram nos últimos dias no túmulo de Santa Madre Teresa de Calcutá para rezar pela paz em Manipur. Os presentes estigmatizaram "o sinistro jogo político de quem pretende tirar vantagem sorrateiramente da violência". Líderes cristãos de várias partes da Índia disseram que estão prontos para visitar Manipur para experimentar em primeira mão o sofrimento do povo, para fazer todo o possível para aliviar a agonia, para ser uma presença de paz no conflito.

*Com Agência Fides

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13 julho 2023, 12:38