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Cristãos iraquianos na Catedral de São José, Bagdá, durante visita do Papa Francisco ao Iraque em março de 2021 Cristãos iraquianos na Catedral de São José, Bagdá, durante visita do Papa Francisco ao Iraque em março de 2021 

Seminário em Bagdá acolherá refugiados cristãos despejados do "Campo da Virgem Maria"

As famílias que encontrarão hospitalidade na estrutura reestruturada por desejo do Patriarcado caldeu, tiveram que fugir em 2014 de Mosul e das cidades da Planície de Nínive, no norte do Iraque. Elas deixaram suas casas e todos os seus bens diante do avanço das milícias Jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).

As estruturas do ex-seminário caldeu, situado em Dora, subúrbio de Bagdá, foram reformadas em pouco tempo para abrigar os cristãos deslocados de Mosul e da Planície de Nínive, que até agora estavam abrigados na capital iraquiana, no campo de refugiados que passou a ser chamado pela população local de "Campo da Virgem Maria". Esta foi a solução prática encontrada pelo Patriarcado caldeu para solucionar uma emergência, que, em muitos aspectos e implicações, recorda as dificuldades e sofrimentos que as comunidades cristãs iraquianas enfrentaram nas últimas duas décadas.

As famílias que encontrarão hospitalidade na estrutura reestruturada por desejo do Patriarcado caldeu, tiveram que fugir em 2014 de Mosul e das cidades da Planície de Nínive, no norte do Iraque. Elas deixaram suas casas e todos os seus bens diante do avanço das milícias Jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).

Essas famílias haviam encontrado refúgio em Bagdá, dentro e nos arredores de um prédio no bairro de Zayouna, naquele que era chamado pela população como Campo de refugiados "da Virgem Maria". Eles foram despejados de sua precária moradia pela ambição comercial e por projetos de desenvolvimento urbano da capital iraquiana.

Nos últimos meses, 120 famílias cristãs receberam a ordem de despejo do estabelecimento que as abrigava, localizado em um terreno público. A ordem foi dada pela Diretoria de Investimentos de Bagdá, com a justificação de que ali seria construído um centro comercial.

Na primeira quinzena de outubro, o Patriarca caldeu, Louis Raphael Sako, visitou o Campo de refugiados da Virgem Maria, a fim de expressar sua proximidade às famílias dos deslocados e assumir suas preocupações.

A solução então encontrada foi a de reformar as estruturas do ex-seminário caldeu, situado no bairro de "Makanik" em Dora, periferia ao sul de Bagdá. Esta estrutura, abandonada há uma década, havia acolhido deslocados de outras cidades. Hoje, parte das famílias que ali estavam emigrou ou regressou para as suas casas. Mas, grande parte da estrutura já se encontrava abandonada.

Nos últimos meses, um extraordinário trabalho de restruturação e manutenção, realizado com a contribuição do engenheiro Jinan Khader, permitiu colocar a estrutura à disposição das famílias "despejadas" do Campo de refugiados da Virgem Maria. As obras de restauração, segundo informações do Patriarcado caldeu, abrangeram também a igreja do ex-seminário.

Antes da intervenção militar estadunidense no Iraque em 2003, pelo menos 150.000 cristãos viviam na periferia de Dora, a maioria pertencente à Igreja Caldeia e à Assíria do Oriente.

O Seminário Maior caldeu foi transferido, em janeiro de 2007, por motivos de segurança, de Bagdá para Ankawa, subúrbio de Erbil, capital do Curdistão iraquiano. Nos últimos quinze anos, houve um êxodo impressionante da população cristã de Dora.

*Agência Fides

 

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13 dezembro 2022, 13:04