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Celebração na Igreja siríaco-católica de Mar Tuma (São Tomás), em Mosul Celebração na Igreja siríaco-católica de Mar Tuma (São Tomás), em Mosul 

20 famílias cristãs deixam o Iraque a cada mês

Existem muitos fatores sociológicos, políticos e ambientais que favorecem o êxodo lento e silencioso dos cristãos autóctones de sua terra natal, como Instabilidade política e social, insegurança, falta de igualdade de oportunidades, discriminação e medidas penalizadoras sofridas no local de trabalho, falta de dispositivos legais que protejam a plena igualdade dos cidadãos - inclusive cristãos - perante a lei.

Os cristãos iraquianos, concentrados em grande parte nas cidades da Planície de Nínive e em outras áreas do norte do Iraque, continuam a deixar o país “ao ritmo de 20 famílias por mês”, afirma o Patriarca da Igreja Caldeia, cardeal Louis Raphael I Sako, patriarca da Igreja caldéia, ao comentar a condição dos cristãos no Iraque.

Em suas alarmadas considerações, difundidas pelos meios de comunicação do Patriarcado caldeu, o purpurado recorda que mais da metade dos cristãos iraquianos emigraram nas últimas décadas, e muitos outros “estão na lista de espera”.

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Em seu discurso, ele se deteve sobre os muitos fatores sociológicos, políticos e ambientais que favorecem o êxodo lento e silencioso dos cristãos autóctones de suas terras natais. Instabilidade política e social, insegurança, falta de igualdade de oportunidades, discriminação e medidas penalizadoras sofridas no local de trabalho, falta de dispositivos legais que protejam a plena igualdade dos cidadãos - inclusive cristãos - perante a lei. 

Em particular, o Primaz da Igreja caldeia chama em causa a ausência permanente de uma lei sobre o estatuto pessoal dos cristãos, que continua a abrir caminho a discriminações sectárias, obrigando todos a regulamentar questões relativas ao estatuto da pessoa (como por exemplo o direito matrimonial, ou as sucessões hereditárias, ou a proteção de menores) de acordo com leis que se inspiram na tradição jurídica islâmica e se referem, direta ou indiretamente, à Sharia.

Em seu texto, o Patriarca também deplora o uso instrumental de palavras e símbolos religiosos na propaganda e nas polêmicas políticas, citando ainda a título de exemplo, alguns casos recentes de corrupção e discriminação de que teve conhecimento. “Se alguém não quer que permaneçamos em nosso país como cidadãos com igual dignidade”, conclui o cardeal iraquiano, “diga-nos com franqueza, para que possamos resolver o problema antes que seja tarde demais”.

*Agência Fides

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28 novembro 2022, 09:53