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Igreja inaugura casa para migrantes em busca de asilo e refúgio na Guatemala

O albergue tem capacidade para cerca de 30 pessoas. É o primeiro a receber apenas requerentes de asilo. As outras 17 estruturas da Igreja são para migrantes em trânsito.

Vatican News

Na semana passada, a Casa Siloé, para requerentes de asilo e refugiados, localizada em Cidade da Guatemala, foi inaugurada e abençoada pelo novo arcebispo metropolitano da Guatemala, dom Gonzalo de Villa y Vásquez, presidente da Conferência Episcopal Guatemalteca (CEG), junto com o pe. Juan Luis Carbajal, secretário executivo da Pastoral da Mobilidade Humana do Episcopado e cerca de 15 convidados da estrutura.

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Em seu discurso, o prelado enfatizou que o projeto “é um esforço muito grande” para ajudar as pessoas que chegam à Guatemala com a intenção de ficar. “A Palavra diz que com a vara que você mede você será medido, e se perguntamos por nossos migrantes no norte também temos que abrir nossos braços para as pessoas que vêm de outros lugares”, disse dom de Villa, lembrando que há muitos migrantes guatemaltecos em outras nações e que a maneira como os migrantes são tratados é, de certa forma, um termômetro que mede a própria humanidade.

O casa localizada na capital guatemalteca tem capacidade para cerca de 30 pessoas e tem todos os serviços necessários para permanência enquanto seus pedidos são atendidos. É a primeira casa da Igreja católica para receber apenas requerentes de asilo e refugiados, já que as outras 17 estruturas são destinadas a migrantes em trânsito.

O abrigo também oferece aconselhamento para que os que buscam proteção possam se integrar na vida econômica do país e ter, por exemplo, uma permissão de trabalho, uma conta bancária e acesso à educação para seus filhos. “Trata-se de dar toda a ajuda humanitária, alimentação, roupa, ajuda psicológica e social”, disse pe. Carbajal.

O responsável da Pastoral da Mobilidade Humana, entrevistado pelo jornal Prensa Libre, explicou que os pedidos de asilo e refúgio recebidos pelo Estado da Guatemala não pararam, apesar da pandemia da Covid-19. Até o presente ano, mais de 250 solicitações foram recebidas, e esse número certamente aumentará com a reabertura das fronteiras.

O sacerdote explicou que a pandemia tornou o processo de solicitação de asilo mais difícil, não apenas devido à intensificação das medidas de segurança e militarização das fronteiras, mas também porque, praticamente, “os agentes da saúde e os próprios vizinhos tornaram-se agentes migratórios”, ou seja, denunciam os migrantes, por medo de serem portadores do vírus. O sacerdote advertiu que com a abertura das fronteiras haverá um “enorme” fluxo de pessoas migrando para o norte e, consequentemente, “mais prisões na fronteira e mortes no deserto”.

Com relação à rapidez com que o Estado analisa os pedidos de asilo, o pe. Carbajal indicou que houve altos e baixos na atenção, e embora em alguns momentos tenha havido uma vontade de rever os casos pendentes, muitos pedidos de asilo continuam sem solução. Também foi feita referência às dificuldades que surgiriam da possível reativação do Acordo de Cooperação em Asilo (ACA) assinado em julho do ano passado, através do qual os Estados Unidos podem deportar para a Guatemala hondurenhos e salvadorenhos que solicitam proteção ao chegar em sua fronteira com a Guatemala.

Vatican News Service – ATD/MJ

 

 

 

 

 

 

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14 setembro 2020, 17:47