Busca

Família unida Família unida 

Cardeal Tempesta: celebrar a importância da família

O card. Orani João Tempesta divulga mensagem sobre a unidade pai-paternidade-família, lembrando que a alegria do Evangelho e da família é que fazem a diferença na sociedade de hoje.

Dom Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. - Rio de Janeiro

Domingo, 12 de agosto, é de comemoração dupla no Brasil: dia dos Pais e início da Semana Nacional da Família. O card. Orani João Tempesta divulga mensagem sobre a unidade pai-paternidade-família, lembrando que a alegria do Evangelho e da família é que fazem a diferença na sociedade de hoje. O cardeal convida ainda para celebrar a importância da família a partir de casa e nas paróquias e comunidades do Brasil.

Veja a mensagem em vídeo aqui:

Eis o artigo de Dom Orani:

A Semana Nacional da Família, promovida pela Comissão da Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que acontecerá dos dias 12 a 18 de agosto, é um privilegiado momento para refletir sobre a grandeza do projeto de Deus revelado na família desde a criação. O tema proposto para a edição de 2018 é: O Evangelho da Família, alegria para o mundo, que se coloca em plena comunhão com outro evento da Igreja: o Encontro Mundial da Famílias com o Papa que acontecerá em Dublin, na Irlanda também no mês de agosto. O tema é interessante e abre o horizonte para inúmeros aprofundamentos e, por isso, vamos nos debruçar sobre algumas ideias para a reflexão e para o debate sobre o tema, convicto que o Evangelho da Família é alegria para o mundo.

A família cristã nasce do sacramento do matrimonio instituído por Jesus com a sua própria vida; os cristãos quando se esposam dizem o sim no altar e naquele momento se tornam verdadeira imagem do amor de Cristo e da Igreja; portanto o Evangelho da família é alegria para o mundo por que nasce do amor de Cristo e é, segundo o projeto do Criador, elevado por Ele (Cristo) à dignidade de sacramento. O sacramento do matrimonio que se celebra na Igreja anuncia a beleza da celebração a vida que deverão construir sobre a sólida base do sacramento que, contudo, não termina ali, mas continua no quotidiano dos esposos, no quotidiano da comunidade em que são inseridos.

Os sacramentos operam mudanças na vida dos homens e, também, inaugura novas formas de relação com Deus e com os homens. Em especial, aqueles que dizem sim um ao outro não podem mais serem reconhecidos somente de maneira singular; a outra parte se torna carne da carne, e ossos dos ossos e assim são reconhecidos diante de Deus até que a morte os separe. Ora, se Deus que opera o grande milagre de unir duas pessoas e os reconhece como um só corpo e uma só carne, também a Igreja e a sociedade assim devem reconhecê-los. Particularmente a Igreja não somente reconhece a família como instituição privilegiada criada por Deus, mas afirma que a família é uma Pequena Igreja Doméstica. Do ponto de vista social, no entanto observamos os muitos ataques que se faz contra a instituição familiar (e temos visto muitos) e nós cristãos temos que lutar contra e, ao mesmo tempo, apresentar a beleza da proposta de Deus para o homem e mulher.

A nova vida, como esposos, inaugurada na recepção do sacramento do matrimonio, por outro lado, coloca os esposos em privilegiada posição na missão da Igreja. A partir do momento que dizem sim, se tornam imagem do amor de Cristo e da Igreja e o modo de viver o matrimonio cristão no dia-a-dia é anúncio de Cristo no meio da sociedade. Os esposos são testemunhas do Amor, são testemunhas da fidelidade de Deus para com os homens, são testemunhas do perdão, são testemunhas da bondade da criação e da comunhão, e tantas outras realidades em que se descobre e revela Cristo e o Evangelho. É necessário recordar sempre que o primeiro lugar de comunicação do Evangelho foi a família.

Outro ponto importante para a reflexão, encontramos na Exortação Amoris Laetitia, ao número 211, que diz: A pastoral pré-matrimonial e matrimonial deve ser uma pastoral do vínculo. O vínculo, que nasce também do sacramento, é sagrado e todo o esforço da pastoral da família deve ser para acompanhá-lo e sustentá-lo. O sacramento do matrimonio, salvo particulares exceções estabelecidas pelo Direito Canônico, se recebe publicamente e, por isso, a Igreja, a Comunidade que participa do consentimento é também responsável pelos matrimônios que ali nascem. Seria de particular interesse que em cada paróquia e cada Diocese tivesse um centro de acompanhamento das famílias, não para sustentá-las somente quando os problemas surgem, mas em toda a caminhada da vida, afinal a Exortação Amoris Laetitia e todos os documentos da Igreja sobre a família a veem de maneira positiva e especial, é necessário ter consciência do dever de sustentar o vínculo - lugar onde Deus habita - para descobrir os tesouros da vida familiar e não esperar os problemas advirem.

Ao viver a Semana Nacional da Família, após a comemoração do Dia dos Pais, somos chamados a trabalhar juntos nessa pastoral e em especial nesta semana, todos os movimentos, associações, pastorais ligadas a família para propor ao mundo a verdadeira face cristã da família. Que nesta semana especial possa ser ainda mais aprofundado “O Evangelho da família” que é alegria para o mundo e isso porque é sacramento; porque é vida nova doada por Cristo segundo o projeto de Deus, porque tem posição privilegiada na missão da Igreja uma vez que testemunha o amor de Cristo e da Igreja no meio da sociedade e, por fim, é uma instituição da qual todos os católicos são responsáveis em acompanhar e sustentar. Desejo a todos, por intercessão da Sagrada Família de Nazaré, uma excelente Semana da Família!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

 

 

 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

10 agosto 2018, 14:04