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O Ano do Laicato na Assembleia Geral em Aparecida

Sobre o tema e o lema do Ano a presidente do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNBL), Marilza Lopes Schuina, apontou como eixo central deste ano o chamado do Papa Francisco para uma ‘Igreja em saída’.

Silvonei José – Aparecida

Os leigos são os sujeitos e protagonistas do Ano do Laicato da Igreja Católicia no Brasil. Fazer com que os cristãos assumam de fato seus papéis de cristãos onde estão, na família, no trabalho, na comunicação, na educação, nas universidades, no poder público e na política, é o objetivo deste Ano, uma iniciativa da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB.

Com o tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e com o lema “Sal da Terra e Luz do Mundo”, o Ano foi pautado nos documentos 100 — sobre as comunidades —, 107 — sobre a iniciação da vida cristã – e 105 — sobre os leigos – da CNBB, sendo este último o de maior destaque.

“Atemo-nos bastante ao documento 105 da CNBB sobre os cristãos leigos e leigas na sociedade. (…) Enfatizamos a questão dos leigos como sujeitos e protagonistas seja na Igreja e na sociedade para que não sejam uma Igreja trancada em si, nos templos, mas sim uma Igreja que sai dos templos para iluminar e ser sal no mundo, como diz o próprio texto bíblico ‘sal da terra e luz do mundo’. É preciso brilhar mais, é preciso dar gosto ao mundo, é preciso levar a luz do evangelho onde os cristãos estão”, afirmou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, Dom Frei Severino Clasen, bispo da diocese de Caçador (SC).

Ainda sobre tema e o lema, a presidente do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNBL), Marilza Lopes Schuina, apontou como eixo central deste ano o chamado do Papa Francisco para uma ‘Igreja em saída’. “O tema quer nos chamar para isso – ‘Cristãos leigos e leigas para uma Igreja em saída, a serviço do reino’ – por uma perspectiva como sal da terra, luz do mundo, fermento na massa, para infundir uma inspiração de fé e de amor nos ambientes e nas realidades que os leigos e as leigas vivem”, afirmou.

Sobre o objetivo do Ano do Laicato, que seguirá até o dia 25 de novembro de 2018, Dom Severino enumerou três pontos: celebrar a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil, aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão, e incentivar o testemunho de Jesus Cristo e Seu Reino na sociedade. “Já pensou se nós conseguirmos fazer isso acontecer na sociedade? Teremos um novo mundo, um novo gosto de se viver, um novo brilho, porque o evangelho será vivido no coração de todos os batizados”, comentou.

Desafios entre clero e laicato

“O maior desafio entre os sacerdotes e os leigos é entender que os sacerdotes têm uma missão e que os leigos têm as deles. (…) Não existem categorias superiores ou inferiores de cristãos – ‘o clero é superior e os leigos inferiores’, não existe isso”, afirmou Dom Severino.

O bispo enfatizou que é preciso superar a mentalidade de que “o padre está mais perto de Deus”, conceito de clericalismo fortemente combatido pelo Papa Francisco. “Pela graça do batismo, como diz São Paulo, nós nascemos leigos e nos fazemos padres e bispos, não nascemos padres e bispos. Nós fizemos nossa opção, não muda a categoria do batismo, o batismo é igual para todos, precisamos ter essa compreensão, todos somos iguais diante de Deus”, afirmou.

Legados

Apesar de ter a duração de 364 dias, o Ano do Laicato pretende estender-se por meio de dois legados no âmbito social e eclesial. Segundo Dom Severino, no seguimento eclesial, planeja-se com este período de dedicação a realidade dos leigos e leigas do Brasil, a criação de programas, formação, ministérios coordenação e animação, de comunidades, pastorais e movimentos na dimensão ‘sal da terra e luz do mundo’. A cultura de valorização e síntese por parte de todo o clero e dos leigos e leigas de importantes documentos da Igreja católica também será incentivada.

No âmbito da sociedade, o bispo pontuou a promoção de mecanismos de participação popular para fortalecer o controle social, a gestão participativa nos conselhos de direito, nos grupos de acompanhamento legislativo, iniciativas populares, audiências, reverendos, plebiscitos, entre outros.

“Isso é função do leigo, é lá, (…) onde precisam colocar o fermento do evangelho em todas as atividades, porque se nós nos omitimos, os maus entram, e aí ficamos reclamando que o mundo está caótico, porque nós cristãos estamos ausentes. Então este é o legado que nós queremos, que haja esta participação, esta conscientização, que os leigos assumam ser sal da terra e luz do mundo no cotidiano”, suscitou.

Vatican News conversou com a presidente do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNBL), Marilza Lopes Schuina.

Aparecida: Ano do Laicato

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16 abril 2018, 08:00