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Manifestação contra o racismo, em Nápoles, Itália Manifestação contra o racismo, em Nápoles, Itália 

EUA: iniciativa ecumênica contra o racismo no espírito de Martin Luther King

"Não é imoral ser pobre. É imoral tornar as pessoas pobres com as nossas ações de Governo e povo", diz um dos slogans da campanha.

Cidade do Vaticano

“Não é imoral ser pobre. É imoral tornar as pessoas pobres com as nossas ações de Governo e povo.”

Este é um dos slogans do evento ecumênico contra o racismo no espírito de Martin Luther King. Trata-se da “Campanha das pessoas pobres” (Poor Peoples Campaign) que nasceu no âmbito da “Moral Mondays” (segundas-feiras da moralidade), iniciativa pelos direitos civis criada, em 2013, nos Estados Unidos, por William Barber, pastor da Igreja Cristã de Greenleaf dos Discípulos de Cristo na Carolina do Norte. O pastor é membro também do conselho diretivo da Associação Nacional para o Avanço dos Afrodescendentes (Naacp).

A pastora e ativista presbiteriana Liz Theoharis de Nova Iorque, também participa desta campanha de protesto inter-religioso e intercultural que nos dias passados envolveu trinta e dois estados norte-americanos com várias manifestações a fim de renovar a mensagem de Martin Luther King.

“Estou muito otimista pelo fato de os verdadeiros heróis e heroínas de nosso país se unirem para superar todos os confins que geralmente nos dividem: raça, gênero, condição econômica e pertença religiosa”, disse ela.

A campanha dos pobres começou oficialmente em 4 de dezembro passado, há cinquenta anos da primeira campanha lançada por Martin Luther King, cujo objetivo era reunir milhares de pobres afro-americanos, indianos, porto-riquenhos e de outras nacionalidades numa marcha, em Washington, para pedir ao governo estadunidense ajuda econômica para as camadas mais vulneráveis.

Esta campanha, nos EUA de Donald Trump, “apela ao despertar moral e reuniu milhares de pessoas em todo o país para desafiar os males do racismo sistemático, da pobreza, da economia de guerra, da devastação ecológica e da moralidade distorcida da nação”.

Dentre as ações planejadas estão: greves, marchas pacíficas, um passeio pela pobreza, a entrega de cartas a políticos e governadores dos estados, bem como ao presidente da Câmara, Paul Ryan, e ao líder do Senado, Mitch McConnell, naquela que o pastor Barber define como “temporada de ação direta e desobediência civil” que terá o seu momento culminante em 13 de maio e 21 de junho próximos, aniversários dos assassinatos de três ativistas de direitos civis, em 1964, na Filadélfia.

“É uma decepção aqueles que dizem ter no coração os melhores interesses de uma categoria, enquanto implementam políticas que prejudicam a todos. Muitos dos que se venderam a esse tipo de fé no compromisso público, e digo isso com tristeza, foram iniciados numa forma de heresia, a uma forma de prática teológica ruim. O Jesus, que os evangélicos brancos afirmam adorar, era um judeu palestino de pele escura, cujo primeiro sermão desafiou a lógica econômica do império”, concluiu o pastor.

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13 fevereiro 2018, 20:02